UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CURSO – Matemática
DISCIPLINA – Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem na Adolescência
PROFESSOR – Arneide Andrade Avendano
ALUNOS – Aparecida Monteiro Marculino
Data : 01/06/2010
O QUE É A ADOLESCENCIA
Diversas são as opiniões e análises sobre o período de desenvolvimento humano de transição da infância para a vida adulta, caracterizada por uma grande diversidade de questionamentos e instabilidades, acompanhados do crescimento corpóreo e de uma série de variações biológicas e psicológicas, a adolescência. Até mesmo a origem da palavra tem duplo sentido: do latim “adelesco” = crescer – como é assumido pela maioria dos autores como forma mais simples ou, de acordo com o dicionário etimiológico da língua portuguesa de Antonio Geraldo da Cunha (1994) deriva também do latim “adolescere” que significa adoecer, enfermar.
Nesse contexto Piaget afirma que “as mudanças na maneira como os adolescentes pensam sobre si mesmo, sobre seus relacionamentos pessoais e sobre a natureza da sua sociedade, têm como fonte comum o desenvolvimento de uma nova estrutura lógica” - que ele chama de operações formais. Ou seja, nesse período de vida ‘o adolescente’ seleciona uma série de “valores” e adota-os como referencia para, partindo destes, definir ou julgar todas as outras coisas que o rodeiam. Tal atitude circula em torno de uma lógica racional particular, considerada verdadeira por um indivíduo particular ou por grupos diversos. O desenvolvimento dessa forma “lógica “ de atribuir valores e tomar decisões tem por conseqüência a formação do que Piaget denomina “raciocínio dedutivo”. Nesse estágio já se está instalada na mente “a capacidade de construir provas lógicas” em que as conclusões seguem os critérios adotados por cada um.
Importante destacar que essa forma de julgar agir, desenvolvida na adolescência é prolongada por muito tempo na fase adulta, está relacionada de forma intensa com o meio social no qual a pessoa está inserida. Muitos acabam absorvendo como referencia pessoas que de alguma forma conseguiram ser bem sucedidas e despertaram atração por alguma característica (jeito de falar, de vestir, os cabelos, roupas, acessórios – modas – gestos corporais, etc).
Conforme os escritos de Freud, “a adolescência está também intimamente relacionada à puberdade” – a meu ver as alterações biológicas próprias dessas duas fases do desenvolvimento humano, que ocorrem simultaneamente, acarretam uma gama de mudanças comportamentais de grande importância e meritória de atenção intensificada. Com o aumento da produção de certos tipos de hormônios e o surgimento das características sexuais próprias, a transição entre a infância e a idade adulta é psicologicamente marcante. A atração pelo sexo oposto implica uma curiosidade crescente pelo corpo e a tentativa de compreender mudanças rápidas, no corpo e na mente, paralelamente. Nessa etapa a presença da estrutura familiar é fundamental para a formação de uma sexualidade e afetividade adulta equilibrada. Os referenciais das figuras paterna e materna podem ser determinantes em meio as mais diversas influencias da sociedade. O adolescente está analisando, mesmo inconscientemente, tudo o que lhe rodeia. É nesse período onde podem se determinar, por esses e outros fatores, as tendências homoafetivas, que aumentam em proporção espantosa. – Vygotsky, quando se refere a essas variações, enfatiza que “as funções mentais não são simplesmente uma continuação das funções elementares e não são suas combinações mecânicas, mas uma qualitativamente nova formação mental que se desenvolve de acordo com leis especiais complementares e está sujeita a padrões completamente diferentes”. Ou seja, a influencia do meio é fundamental na formação do “raciocínio dedutivo”.
Observa-se ainda na adolescência uma tentativa de fugir da realidade, muitas vezes desagradável, apegando-se a um estado de vida ilusório, fantasioso, tentando assemelhar-se a modelos (como já comentei acima), formulando “leis” que vão direcionar seu comportamento. Piaget, então, comenta que se o adolescente constrói teorias é porque, de um lado tornou-se capas de refletir, e de outro porque sua reflexão lhe permite fugir do concreto atual na direção do possível e do abstrato – a lógica não é algo “estranho “ a vida do sujeito, é justamente a expressão das coordenações operatórias necessárias para atingir determinada ação – ação essa que satisfaz o ego do adolescente independente, muitas vezes, da coerência racional.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
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ResponderExcluirQueria destcar quando você diz: "Muitos acabam absorvendo como referencia pessoas que de alguma forma conseguiram ser bem sucedidas e despertaram atração por alguma característica (jeito de falar, de vestir, os cabelos, roupas, acessórios – modas – gestos corporais, etc)". Infelizmente, às vezes, esses ídolos não são o melhor exemplo, e essa idolatria acaba causando danos graves na formação da personalidade dos jovens.
ResponderExcluirAparecida.Seu texto está interesante,pois usando seus entedimentos em cima dos conceitos ou teoria,usada por Piaget,Freud,Vygotsky,entre outros,pois mostrando a essência da realidade sobre o termo adolescência.
ResponderExcluirQuando você destacou FUGIR DA REALIDADE,isso chama bastante atenção,pois o jovem tem essa característica,fugir do comum, ser realmente diferente e com isso ser visto de outra maneira que na maioria das vezes não se acha normal.
ResponderExcluirBem interessante seu texto. Também achei interessante o que você falou: " fugir da realidade". Como Marineide comentou, os adolescentes fogem do comum, da responsabilidade por medo de sofrer ainda mais. Mas isso acaba agravando a situação.
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